Os 41ºC que os termômetros de Caicó marcavam ontem não mostram o calor da comoção vivida na cidade após a morte do jornalista F.Gomes. Cerca de 30 mil caicoenses pararam suas atividades para velar o corpo do profissional durante toda manhã na Loja Maçônica, a tarde na Igreja São Jorge, ou seguir atrás do caminhão do Corpo de Bombeiros num cortejo fúnebre até o cemitério Campo Jorge, onde o jornalista foi enterrado.
Desde muito cedo, o eterno parceiro de F. Gomes estava no seu velório. Joanilson Araújo do Santos, o Saci, trabalhou fotografando ao lado do jornalista por 19 anos. "Não escondia nada um para o outro", declarou sobre a amizade. A dupla passou pelos jornais Gazeta do Oeste, Tribuna do Norte e Diário de Natal, no qual ficou por 12 anos. "Viajamos juntos para o Canadá pelo Diário de Natal", lembrou Joanilson. Saci pretende guardar as melhoras lembranças de "F". Porém, quando questionado sobre o que teria motivado o assassinato do amigo, ele responde: se envolveu muito com essa questão do narcotráfico.
Cerca de cinco mil pessoas estiveram na igreja para rezar por Francisco Gomes. Os fiéis se aglomeravam dentro e fora do templo para ouvir as palavras do Bispo Dom Manoel Delson e dá o último adeus ao corajoso jornalista.
Visivelmente emocionados estavam os funcionários da Rádio Caicó, da qual F. Gomes era diretor de jornalismo. "Esses tiros bateram na gente também. Eu estou órfã da direção da rádio", declarou a diretora geral da rádio, Suerda Medeiros.
A estimativa da PM era de 30 mil pessoas nas ruas acompanhando o cortejo. Lenços, cartazes de protesto, palmas, buzinas, choro, desmaio, cada um manifestava sua emoção de maneira diferente, diante do "advogado dos pobres". "da voz do povo", como disseram alguns durante o trajeto de mais de uma hora entre a igreja e o cemitério. F. Gomes era casado e pai de três filhos. Ultimamente, apresentava um programa de rádio com notícias policiais.
Fonte: Jornal Diário de Natal
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