Brasil
Imagem do Acidente 30 de Janeiro de 1989
BIOGRAFIA
Filho de Gennaro
Bezerra Martins e Antonieta Feconstinny Bezerra, a carreira de Carlos Alexandre
começou em 1975 quando, ainda utilizando o nome artístico de
"Pedrinho",[1] teve
sua primeira música gravada. O radialista Carlos Alberto de Sousa levou-o para aRGE, pela qual gravou um
compacto simples com as canções "Arma de Vingança" e "Canção do
Paralítico" que vendeu 100 000 cópias, seguindo-se o grande sucesso,
"Feiticeira", com 250 000 cópias vendidas.
No dia 30 de janeiro de
1989 o cantor se envolveu em um acidente na estrada estadual RN-093, que liga os municípios de Tangará eSão José do Campestre, na região da Borborema potiguar, divisa das regiões Agreste com
Trairi do Rio Grande do Norte, quando havia saído de um show e
seguia para sua casa em Natal, na época o cantor havia lançado
recentemente o disco Sei, Sei. No seu repertório de sucessos, encontramos
canções como "Feiticeira", "Cartão Postal",
"Sertaneja" e "A Ciganinha".
O mito que veio da
Esperança Distante do centro urbano natalense, há 40 anos nascia a Cidade da
Esperança. Como o próprio nome guarda em seu significado, surgia um aglomerado
populacional que trazia consigo a fé, o desejo do lar, até pelo fato de ser uma
experiência pioneira do modelo de moradia para a população de baixa renda.
Naquele momento Natal recebia de presente o primeiro conjunto habitacional da
América Latina. Conjunto que abrigou e ainda acolhe nomes que fizeram e a
continuam construindo a trajetória da capital potiguar. Entre eles está Pedro
Soares Bezerra, nome pouco conhecido do grande público, já que na vida
artística ele era batizado como Carlos Alexandre, cantor que morreu em um
acidente de carro em 1989.
Ídolo popular, ninguém
poderia representar melhor o bairro. Carlos Alexandre era um retrato das
pessoas de Cidade da Esperança. Humilde, simples, mesmo depois que alcançou o
sucesso e passou a ter remunerações mais expressivas não trocou Natal pelo
Sudeste, centro da arte e cultura do país, muito menos deixou o bairro que o
recebeu quando ele saiu do município paraibano de Jacaraú, onde morava com a
família que o adotou aos 2 anos de idade, e veio para a capital potiguar que
lhe presenteou com os caminhos da carreira musical. Durante 10 anos ele morou
na ‘‘Esperança’’, somente nos três últimos anos de vida fixou residência no
Jardim América e depois na Zona Norte.
Sucesso.
Nascido em Nova Cruz,
ele alcançou o sucesso aos 21 anos, talvez tenha sido um dos
norte-rio-grandenses que mais brilhou na música nacional. Deixou 200
composições gravadas em três compactos e 14 LPs (sendo dois LPs e quatro CDs
uma homenagem póstuma feita pela gravadora RGE). Com esses trabalhos ganhou 15
discos de ouro e um de platina. Para se ter uma ideia da dimensão de seu
sucesso, a viúva do cantor, Maria Solange de Melo Bezerra, 54 anos, até hoje,
23 anos depois de sua morte, sobrevive com os recursos provenientes dos
direitos autorais que ainda recebe. 'A música dele ainda é tocada e regravada.
Em todo o Brasil se escuta Carlos Alexandre. Recebo direitos autorais até de
rádios de Portugal’.
Solange foi sua
companheira durante toda a sua carreira e também a sua maior incentivadora.
Eles se conheceram em 1976, quando Carlos Alexandre, aos 19 anos, veio para
Natal fazer uma cirurgia e não mais voltou para Jacaraú, ficou morando e
trabalhando com os irmãos de criação que eram comerciantes. ‘‘a casa do irmão
dele ficava na rua da casa da minha mãe, na Cidade da Esperança. Ele trabalhava
como vendedor na padaria de um dos irmãos. Nessa época já gostava de cantar,
seus ídolos eram Elvis Presley, Roberto Carlos e Evaldo Braga. A noite ele ia
para frente da minha casa e ficava cantando e tocando violão. Juntava muita
gente’’, recorda-se Solange.
Relacionamento
Nessa época ele já
estava interessado em namorá-la, mas Solange tinha um outro namorado. ‘‘Até que
na virada do ano de 76 para 77 meu namorado não apareceu. No dia 1 de janeiro
ele me disse que havia feito a música Arma de vingança para mim e nós começamos
a namorar’’. Ela conta que aos poucos foi modificando as roupas, o cabelo e o
jeito do namorado, como o intuito de levá-lo até a casa do então radialista
Carlos Alberto de Sousa, ‘‘ aquele era um ano de campanha, Carlos Alberto ia
ser candidato a vereador e gostava de ajudar muito aos pobres. Na primeira vez
que fomos até a casa de carlos Alberto, Carlos Alexandre ficou nervoso. Insisti
e fomos novamente até a Rádio Cabugi, onde Carlos Alberto tinha um programa. Lá
ele cantou Canção de um paralítico e Arma de vingança. Carlos Alberto adorou e
na hora já fizeram um trato, no qual Carlos Alexandre cantaria na campanha e se
ele ganhasse, Carlos Alberto se comprometia a levar todos os artistas que o
ajudaram para gravar um disco em São Paulo’’, afirma. Até então ele era
conhecido como Pedrinho, passou a utilizar o nome artístico de Carlos Alexandre
por sugestão de Solange, ‘‘eu tinha um afilhado com esse nome e achava lindo.
Fiz a sugestão e ele gostou’’.
A campanha foi
vitoriosa e o trato foi cumprido. Em janeiro de 1978 Carlos Alexandre junto com
Gilliard, Edson Oliveira, entre outros artistas embarcaram para São Paulo, para
gravar seus discos pela RGE. Carlos Alexandre gravou um compacto que vendeu 100
mil cópias. O cantor foi então chamado pela RGE para gravar seu primeiro LP
"Feiticeira", ainda em 1978, que o consagrou vendendo 250 mil cópias.
Esse disco também foi gravado em castelhano. Carlos Alexandre viajou o país com
seus sucessos, Feiticeira, A ciganinha, Vá para a cadeia, entre tantos outros.
Em algumas viagens Solange, que casou-se com o artista em fevereiro de 78, o
acompanhava, ‘‘ia sempre quando ele ia gravar. Ele vinha para Natal para gastar
o que ganhava fora. Dizia que Natal era a sua cidade, o lugar para descanso e
para lazer’’, lembra.
Acidente
Para Solange o cantor
era uma pessoa simples, amável, não guardava mágoa de ninguém e tinha muitos
amigos. Ela ainda conta que o artista era um pouco namorador, mas logo
justifica a atitude do marido, ‘‘também bonito e gostoso como era’’. Além de
companheira, Solange ainda era a responsável por confeccionar as roupas de seus
shows. Juntos eles tiveram três filhos: Germina de Melo Bezerra (através do
nome da filha ele homenageou a sua mãe de criação), 27 anos; Carlos Alexandre
de Melo Bezerra, 24 anos; e Carlos Adriano de Melo Bezerra, 21 anos. Hoje o
filho do meio, que é conhecido como Carlos Alexandre Júnior, está seguindo os
passou do pai e vem fazendo diversos shows pelo interior do Nordeste.
Especula-se que ele
teria tido um filho fora do casamento. A história que envolve uma fã, Foi
omitida e negada pela família e pela impressa, nada se sabe sobre este suposta
história. Hoje esse suposto filho com 27 anos leva seu mesmo nome artístico
Carlos Alexandre e reside no sudeste na cidade de Belo Horizonte, Minas Gerais
Acidente
O cantor morreu em 30
de janeiro de 1989 em um acidente de carro entre São José de Campestre e Tangará,
quando voltava de um show em Pesqueira, em Pernambuco. O velório ocorreu no
ginásio de esportes de Cidade da Esperança e o enterro, que reuniu milhares de
fãs foi no cemitério de Bom Pastor, no dia 31 de janeiro. Segundo matérias
publicadas na época, ele foi sepultado ao som da multidão cantando Feiticeira.
‘‘Até hoje sinto muito a falta dele. Ainda guardo a camiseta suada que ele
vestia antes de viajar. As últimas palavras que disse a ele foram: leve um
pedaço do meu coração e deixe um pedaço do seu’’, recorda-se Solange.