Delegados da Polícia Civil se reuniram na sede da Delegacia Geral de Policia (Degepol) para discutir as deficiências e dificuldades encontradas pelo efetivo do interior para às investigações em curso em vários municípios. O grande problema que compromete o trabalho, seguindo eles, é o número de delegacias e comarcas de diferentes cidades com efetivos "incapazes" de atender a toda a região.
De acordo com a presidente da Associação dos Delegados de Polícia (Adepol), Ana Cláudia Saraiva, cerca de 77% do quadro de vagas nas delegacias de Polícia Civil do Rio Grande do Norte está desocupado. "A insuficiência de profissionais é dantesca. Queremos ver esses problemas solucionados com urgência", afirmou a presidente. Para ela, a única forma de resolver a carência e o acúmulo de funções dos profissionais é através da convocação dos aprovados no último concurso, realizado em 2008.
Ao todo, 504 policiais civis foram aprovados no concurso de 2008. Todos passaram pelo curso de formação, mas apenas 150 foram convocados até agora. Os outros 354 aprovados continuam aguardando a convocação e devem ser chamados à medida em que os policiais da ativa se aposentarem ou falecerem. "O governo alega que está com a folha de pagamento acima do limite prudencial. Enquanto isso, a segurança carece de ajuda", disse Saraiva. Ao todo, o RN possui 164 delegados em todo o território.
Para o delegado da comarca de Umarizal, Divanilson Sena Oliveira, é praticamente impossível arcar com uma demanda de trabalho tão grande e exaustiva com apenas um agente na sua comarca. "Eu não tenho nem estrutura física para permanecer. E ainda tenho que arcar com a responsabilidade sobre mais três municípios", alegou o delegado. Além de Umarizal, Divanilson e mais um agente realizam o trabalho de investigação nos municípios de Olho d'Água dos Borges, Martins e Serrinha dos Pintos.
Outro caso é o do delegado de Jucurutu, Matheus Trindade. Além desse município, o delegado e mais três agentes assumem a direção das cidades de Bodó, Tenente Laurentino, São Vicente, e mais duas cidades com um elevado índice de casos de investigação, Florânia e Santana dos Matos.
Na reunião, ocorrida na manhã de ontem, os delegados apresentaram um balanço para o diretor de policiamento do interior, José Carlos de Oliveira. "Um relatório situacional foi produzido e deve ser encaminhado para a mesa do delegado geral de polícia na segunda-feira (12)", garantiu José Carlos.
Ana Cláudia afirmou que o próximo passo é aguardar por um posicionamento do Estado, para que se sensibilize para a situação da Policia Civil e convoque o remanescente do pessoal aprovado. O delegado da Degepol, Fábio Rogério, não se encontrava em Natal para prestar esclarecimentos sobre o assunto.
Fonte: Tribuna do Norte
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