Dois secretários do atual governo prestaram depoimento ontem, na Justiça Federal, em virtude da Operação Higia, que apura suposto esquema de desvio de verba pública e fraude em licitações na gestão da ex-governadora Wilma de Faria (PSB). Paulo César Medeiros, secretário estadual de Administração, prestou depoimento como testemunha de defesa de Lauro Maia, filho da ex-governadora. E George Antunes, titular da Secretaria Estadual de Saude Pública (Sesap) foi arrolado como testemunha de defesa do réu Herbert Florentino Gabriel, embora tenha afirmado que não o conhece.
Os dois auxiliares do governo foram questionados sobre a como eram feitas as licitações nos contratos de higienização hospitalar e locação de mão-de-obra, bem como seus relacionamentos com os acusados de corrupção. Além dos secretários, foram ouvidas mais quatro testemunhas. Outras seis foram dispensadas pelo juiz Mário Jambo, que conduz os depoimentos.
No depoimento, George Antunes - que assumiu aSesap em julho de 2008, um mês após a Operação Higia ter sido deflagrada - disse que só conhecia o caso através da imprensa, negou qualquer aproximação com os envolvidos e afirmou que quando passou de secretário-adjunto a titular da Sesap, refez todos os contratos administrativos com fornecedores e prestadores de serviço. "Procurei criar mecanismos de controle maior. Fizemos novas licitações e na ocasião convidei representantes das Controladoria e Procuradoria Geral do Estado, Ministério Público Estadual e Federal, Polícia Federal e Conselho Estadual de Saúde para acompanhar o processo. Foi uma maneira que encontrei para ter mais transparência e principalmente segurança para fazer as contratações", disse.
O secretário Paulo César Medeiros foi questionado sobre a tramitação dos contratos feitos pelas outras pastas e se, eles passavam, necessariamente, pela Secretaria de Administração. "Só se alguma secretaria pedisse. A Sesap tinha competência para fazer qualquer licitação, até mesmo para fazer registro de preço", respondeu. Sobre a atuação de Lauro Maia dentro do governo, Paulo César disse que desconhecia e afirmou que o filho da governadora chegou a ligar algumas vezes para a Secretaria de Administração, mas para tratar de assuntos relacionados ao gabinete do deputado Lavoisier Maia (PSB), pai de Lauro, a quem ele assessorava. "Ele ligava para pedir celeridade em processos envolvendo prefeituras, ou coisas ligadas ao mandato do pai. Sobre a atuação política dele, não posso falar, pois meu cargo não é político. Ele não falava em nome da governadora", declarou.
Fonte: Jornal Diário de Natal.
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