terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Imprensa nacional destaca caso de seridoense que está com síndrome ligada ao Zika

Rio Grande do Norte


No início, era dormência nos dedos das mãos. Em dois dias, o microempresário Cícero Gomes da Silva Neto, de 47 anos, tinha perdido quase todos os movimentos. Ainda dirigiu 30 km entre Jardim de Piranhas, onde vive, e um hospital de Caicó, na região do Seridó, a 275 km de Natal. Foi a enfermeira plantonista que fez o diagnóstico. “É Guillain-Barré. Já vi um caso desses”, disse para a mulher de Silva Neto, Idaliana. A notícia foi destaque no jornal Estadão.

Uma ambulância o levou ao Hospital Estadual Walfredo Gurgel, principal emergência da capital potiguar. O microempresário ainda falava com dificuldade ao chegar. O médico avisou a família que a situação pioraria: os pulmões foram afetados pela doença paralisante. Há 20 dias, Silva Neto está na UTI do hospital. Consegue mover os ombros – ganho obtido com fisioterapia. Respira por aparelhos. Está completamente lúcido, mas sem nenhum domínio sobre o corpo. Faz movimentos desordenados para responder perguntas: sim, ainda sente muita dor nos tornozelos; não, o equipamento que o auxilia a respirar não causa desconforto. Balança a cabeça em diferentes direções até a fisioterapeuta intensivista perceber que quer as luzes apagadas sobre o leito, pois a paralisia afetou os nervos ópticos. Não fecha os olhos. Nem ao dormir.

A doença apareceu após os sintomas clássicos de zika – marcas vermelhas no corpo, dores de cabeça, febre. “Ele pensou que fosse dengue. A família chegou assustada e eu tive de avisar: vai piorar. Quando vocês voltarem amanhã, ele estará entubado. Vai entender o que vocês falarem, mas não vai responder. É assim: piora antes de passar”, contou o coordenador da UTI, Alfredo Jardim.

Fonte: Robson Pires

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