A governadora Rosalba Cirlini, cuja candidatura à reeleição foi vetada pelo Democratas, confirmou ontem que deixará o partido e participará ativamente da campanha estadual. Ela disse que ainda não definiu o apoio e pediu “paciência” ao seu grupo político para aguardar a orientação sobre o pleito de 2014. Em entrevista à 96FM, Rosalba disse que não há mais clima para permanecer no partido presidido pelo senador José Agripino Maia. A chefe do Executivo observou, inclusive, que não pedirá a desfiliação agora porque perderia o mandato, punida por infidelidade partidária. “Se eu sair agora o partido toma o mandato. Eu fui eleita para quatro anos e vou concluir o mandato com mais ações, mais obras, mais realizações”, comentou.
Ainda lembrando a convenção estadual do Democratas, quando perdeu a proposta da reeleição foi rejeitada por ampla maioria, Rosalba disse que se sentia traída e definiu o processo como uma “cassação branca”. “É muita tristeza, muita decepção. Pela primeira vez na história, não conheço nenhum partido que tenha negado a um filiado o direito de ser julgado pelo povo”, comentou.
Ela ressaltou que tinha o direito de ser candidata à reeleição e definiu como “artimanha” o que o diretório estadual do Democratas fez para impedir a sua candidatura. “Isso me deixa indignada, revoltada, mas o tempo é senhor da razão e vai mostrar muita coisa”, afirmou a governadora.
Na entrevista ela relatou os convites que recebeu de outros partidos para deixar o DEM. E citou o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que a teria alertado sobre o futuro. “A senhora vai se arrepender”, previu. Ela também disse que recebeu convites para ingressar no PROS, no PTB e no PP, mas se manteve “leal” ao senador José Agripino Maia. “A situação foi muito traumática, até humilhante”, ressaltou, referindo-se ao veto do DEM.
Sobre a alegação apresentada pelo senador José Agripino Maia de que estava inelegível, a governadora lembrou que no recurso tramitando no Tribunal Superior Eleitoral contra decisão do Tribunal Regional Eleitoral já há um parecer da Procuradoria Geral Eleitoral favorável ao recurso e portanto contrário a decisão do TSE.
Sobre o pleito deste ano, Rosalba Ciarlini disse que aguardará as convenções para, em seguida, definir o apoio. “Vou participar do processo eleitoral e vou pedir aos meus amigos, que estão aguardando minhas orientações, que tenham paciência. Vamos deixar as coisas caminharem”, completou.
A governadora preferiu não falar sobre o seu futuro político. Disse que após entregar a gestão ao sucessor, no dia 1º de janeiro de 2015, retornará às suas atividades como médica. “Não sou política por profissão. Minha profissão é médica, vou voltar a cuidar das crianças”, comentou Rosalba. Ela fez questão de dizer que não se arrepende de ter permanecido no DEM até o momento, mas hoje se sente expulsa e descartada do partido.
Fonte: Tribuna do Norte
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