Natal foi palco, durante a tarde e início da noite de ontem (28), de mais uma edição da manifestação denominada #RevoltaDoBusão. Por mais de cinco horas, cerca de dez mil manifestantes – segundo a Polícia Militar (PM) – percorreram vários ruas e avenidas da capital protestando contra a qualidade do transporte público de passageiros e exigindo a implantação do passe livre estudantil. Diferente do protesto na semana passada, ontem não houve confronto entre manifestantes e policiais e os atos de vandalismo foram reduzidos, porém, 27 pessoas foram detidas. Um novo ato será decidido na próxima segunda-feira.
Por volta das 15h, centenas de pessoas se concentraram na Praça Cívica. Cartazes, faixas e bandeiras partidárias dividiam o mesmo espaço. Como combinado em plenário dias antes do protesto, os partidos políticos e agremiações estudantis tiveram direito de protestar.
Ainda na Praça Cívica, chamou atenção quando um grupo de mais de duzentas pessoas chegou. Composto por mulheres, jovens e crianças (muitas delas ainda de colo), o Movimento de Lutas nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) se uniu aos representantes do Movimento dos Sem Terra (MST). “Estamos aqui para lutar pela melhoria na habitação. O povo é muito sofrido”, disse o coordenador do MLB, Marcos Ribeiro.
Tantos manifestantes com ideologias diferentes não rendeu o festival de cartazes observados no protesto do dia 20. Na manifestação de ontem, não era visível uma maioria que reivindicasse determinada causa, apesar da #RevoltaDoBusão, em sua essência, buscar melhorias no transporte público. Nesse sentido, as palavras de ordem eram direcionadas, principalmente, para três direções: implantação do passe livre, fora Marco Feliciano e fora Rosalba.
Após uma plenária, na qual foi decidido o percurso da passeata, o grupo saiu caminhando pelas ruas dos bairros Tirol e Petrópolis. A primeira parada foi de frente à Câmara Municipal. De lá, eles seguiram até o bairro da Ribeira e, logo depois, pararam em frente à Prefeitura. Durante esse trajeto, o movimento foi considerado pacífico. Na frente do Palácio Felipe Camarão, a Guarda Municipal reforçava a segurança. No local, o grupo realizou outra plenária e decidiu que o movimento, diferente do que havia sido combinado na Praça Cívica, não iria parar por ali.
Os manifestantes, já em número bastante reduzido, seguiram caminho pela Prudente de Morais e Salgado Filho até as imediações da Governadoria. A manifestação foi encerrada por volta das 20h30 com uma plenária onde foi marcada uma reunião na próxima segunda-feira.
Fonte: Tribuna do Norte
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