Luta pela Vida: Jovem engenheiro da Petrobrás em busca da cura de doença rara

Rio Grande do Norte

Do Diário de Natal - O engenheiro mecânico da Petrobras, Ricardo Vinícius Linhares Medeiros, 27 anos, está sofrendo de uma doença rara de origem genética, chamada adrenoleucodistrofia (ADL) ou Doença de Lorenzo, que ataca o sistema nervoso e afeta a coordenação motora, a visão, podendo levar à demência e até à morte. A doença ficou mundialmente conhecida com o filme "Óleo de Lorenzo", uma história verdadeira, de Lorenzo Odone, que aos oito anos começou a demonstrar seus sintomas.

Para impedir a progressão da doença, Ricardo, que é sobrinho da diretora da Rádio Caicó AM, Suerda Medeiros, tem que fazer um transplante de medula já marcado para o mês de junho. Ele é o vigésimo caso da doença na família e será o primeiro adulto a passar pelo transplante já que o problema se manifesta principalmente em crianças. O procedimento será feito em Porto Alegre, onde deverá permanecer por um ano. A família e amigos estão se mobilizando em campanhas de solidariedade com o objetivo de arrecadar cerca de R$ 100 mil em doações para custear o tratamento e a estada no Rio Grande do Sul.

Ricardo Vinícius começou a desenvolver a doença em fevereiro do ano passado. Antes era um homem normal, viveu a infância, a adolescência e boa parte da juventude sem nenhum problema de saúde. Estudou como todo mundo, formou-se em engenharia mecânica pela UFRN e foi aprovado em concurso da Petrobras, estando atualmente afastado das atividades pelo INSS. A esposa Daniella Cristina de Sá Carneiro Costa Linhares, 28, que é psicóloga, teve que pedir demissão do trabalho para acompanhá-lo na doença.

Os primeiros sintomas foram resultado de uma inflamação no cérebro que lhe afetaram os movimentos do lado direito e a fala. Sentia dificuldade para virar o pescoço, não conseguia segurar nada com a mão direita e a voz começou a ficar pesada. Aos poucos os problemas motores foram aumentando e Ricardo ficou com a visão limitada pelo olho direito e anda com dificuldades, precisa de ajuda para se vestir e a voz está cada vez mais arrastada.

Assim como os pais do menino Lorenzo, quando foi informado do diagnóstico, Ricardo não se conformou e buscou um tratamento que curasse ou amenizasse a dor. Foi aí que descobriu que apenas um transplante de medula óssea poderia parar a evolução da doença. Procurou entre seus familiares um doador compatível, mas não existia, até que se inscreveu no Banco de Doação, onde conseguiu um doador.