sábado, 19 de fevereiro de 2011

UFRN cassa aprovação do primeiro colocado no Vestibular

Rio Grande do Norte

O primeiro lugar geral no vestibular 2011 da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Antônio Gomes da Silva Filho, foi excluído e não vai cursar Medicina. A Universidade alega que o estudante, de 21 anos, teria fraudado o histórico escolar para ser beneficiado pelo argumento de inclusão. O estudante nega que tenha cometido fraude e garante que todos os documentos apresentados são verdadeiros e que vai lutar na justiça pela vaga.

Foto: Adriano Abreu
Antônio Filho diz que não usou de má fé nem fraudou documento

Um despacho do reitor Ivonildo Rêgo, do dia 17, determina, baseado no relatório da Comissão de Sindicância, a exclusão do candidato, que segundo ele, ‘omitiu gravemente o fato de que cursara os ensinos fundamental e médio em rede privada, submetendo-se desnecessariamente aos exames supletivos em Instituição Pública para o fim de buscar o chamado argumento de inclusão, desrespeitando até mesmo as regras do edital’.

De acordo com o relatório da Comissão de Sindicância- instalada pela UFRN após denúncia anônima- Antônio Filho concluiu os ensinos Fundamental e Médio em escola particular e ‘parece ter utilizado de má fé’ ao apresentar o documento de conclusão em escola de rede pública, na modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na ‘tentativa de tomar para si uma condição de aproveitamento indevido’, já que a universidade incluiu o EJA no argumento de inclusão.

Foi verificado ainda, que o estudante já fazia parte do quadro de alunos da UFRN ao ser aprovado no Vestibular 2009 para o curso de Odontologia. “Nessa ocasião o candidato informou à Comperve ter cursado os ensinos Fundamental e Médio em escola particular e que concluiu os estudos em 2006. No último vestibular (2011) ele declarou ter estudado em escola pública e disse ainda que concluiu os estudos em 2010. Ele infringiu edital do processo, apresentando um histórico escolar que confirmava a conclusão de seus estudos pelo EJA, quando já havia concluído o ensino médio em uma escola particular”, disse a vice-reitora da UFRN, Ângela Paiva.

Essa foi a primeira vez que a UFRN permitiu que estudantes do EJA fossem beneficiados com o argumento de inclusão. Antes, apenas os alunos do ensino regular da rede pública tinham direito ao argumento de inclusão. A Comissão de Sindicância constatou ainda que Pedro Hugo Alves Fontes, também se utilizou desse procedimento e foi aprovado para o curso de Medicina através do argumento de inclusão. Outros quatro casos de irregularidades no uso do argumento de inclusão, também de estudantes do EJA, estão sendo investigados pela Universidade.

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