O advogado Lauro Maia, réu da ação decorrente da Operação Hígia - que investiga o suposto desvio de verba pública e fraude de licitações em contratos de higienização hospitalar e locação de mão-de-obra na gestão da ex-governadora Wilma de Faria (PSB) - deve prestar depoimento à Justiça Federal do Rio Grande do Norte em dez dias. A informação é do advogado Ademar Rigueira Neto, que atua na defesa do filho da ex-gestora. Durante todo o dia de ontem, o juiz Mario Jambo iniciou os interrogatórios das testemunhas e o primeiro a ser ouvido foi o delegado da Polícia Federal que presidiu o inquérito, Caio Marques.
Na ocasião, ele respondeu perguntas dos advogados dos acusados no processo. A previsão era que mais oito testemunhas fossem ouvidas ontem, mas até o fechamento dessa edição, apenas o delegado havia sido interrogado. As perguntas começaram a ser feitas a partir das 9h e um dos primeiros advogados a questioná-lo foi o de Lauro Maia. Para Ademar Rigueira, a Polícia Federal indiciou Lauro por "presunção". Segundo ele, até agora não surgiram indícios da participação do seu cliente no suposto esquema de corrupção.
"Durante o depoimento dele (Caio), ficou atestado que não existiam provas da participação de Lauro em nada. Estamos esperando que o Ministério Público traga alguma novidade. Nas interceptações telefônicas feitas pela polícia, citam o nome dele, mas não aparece a voz. E quando aparece, é relacionada a assuntos que não fazem parte da investigação. Não se deram o trabalho de investigar e já o indiciaram. Caso não surjam provas, a tendência é a absolvição", disse o advogado.
Além de Ademar Rigueira, outro advogado que participou do interrogatório foi Carlos Castim, que atua da defesa de sua esposa, Maria Eleonora Castim, réu no processo, que acompanhou o interrogatório. "Foram feitas cerca de 600 intercepções telefônicas, das quais apenas 10 registros de áudio são de Eleonora. Não há documentos probatórios que comprovem a participação dela no caso", disse Carlos Castim durante o interrogatório. Em resposta, o delegado Caio Marques disse que a Polícia Federal possui diversos elementos que dão base ao pedido de prisão de Eleonora, entre elas, algumas agendas de anotações. No total, a Justiça Federal deverá ouvir 121 pessoas, entre réus e testemunhas. Estavam agendados para ontem os depoimentos de 30 testemunhas, mas um problema técnico na gravação dos áudios atrasou o processo e as oitivas foram adiadas.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte.
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