Brasília (AE) - Um governo inteiro atrás das grades e sob investigação por corrupção ativa e passiva, peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de bens, tráfico de influência, fraude em licitações públicas e formação de quadrilha. Esse foi o saldo final da Operação Mãos Limpas que a Policia Federal deflagrou no Amapá, na madrugada de ontem, quando prendeu o governador Pedro Paulo Dias (PP), que era candidato à reeleição, e o ex-governador Waldez Góes (PDT), que disputava uma vaga ao Senado.
Ao todo, a PF prendeu 18 pessoas com autorização do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha, que preside o inquérito desde que as investigações, iniciadas em agosto do ano passado, alcançaram a cúpula do governo do Estado. O governo foi entregue hoje ao presidente do Tribunal de Justiça do Amapá, o desembargador Dôglas Evangelista Ramos.
O terceiro na linha sucessória, o presidente da Assembleia Legislativa, Jorge Amanajás (PSDB), está impedido de assumir o Executivo porque concorre ao governo do Estado, mas também foi alvo de um mandado coercitivo - foi obrigado a acompanhar a PF, submetido a interrogatório e liberado em seguida. A Operação Mãos Limpas detectou que, sob o comando do próprio governador Pedro Dias, que era vice de Waldez antes deste se desincompatibilizar para concorrer ao Senado, a máquina do Estado era dominada por uma quadrilha de altos funcionários que fraudavam 9 em cada 10 licitações, superfaturando os contratos, cobrando e distribuindo propinas abertamente.
O acerto prévio na escolha de empresas era tão escancarado que uma única empresa de segurança e vigilância manteve um “contrato emergencial” por três anos com a Secretaria de Educação do Estado. O valor da fatura mensal com a secretaria era de R$ 2,5 milhões. A PF mapeou os pagamentos e tem provas de que o dinheiro era desviado para contas particulares dos políticos e assessores do governo.
Fonte: Jornal Tribuna do Norte
Nenhum comentário:
Postar um comentário