sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Erenice Guerra deixa o cargo de ministra da Casa Civil

Brasil

Ex Ministra Erenice Guerra e o Presidente Lula

Brasília (AE) – Depois de negar as denúncias, atacar em nota oficial a oposição, Erenice Guerra foi forçada ontem a pedir demissão, cinco dias depois de revelado esquema de lobby que funcionava na Casa Civil. Erenice fora nomeada para a pasta no final de março, em substituição à amiga Dilma Rousseff, hoje candidata a presidente da República pelo PT.

É a segunda demissão na Casa Civil – Vinícius de Castro, assessor do ministério, foi exonerado no dia 13, após ser citado como participante de esquema de lobby dentro da pasta.

A queda de Erenice tenta preservar a campanha de Dilma Rousseff do escândalo do tráfico de influência e suspeita de cobrança de propinas de empresários, capitaneado pelo filho da ministra, Israel Guerra, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a obrigou a pedir demissão, depois de uma tensa reunião por volta do meio-dia. Lula e os coordenadores da campanha da petista avaliaram que quanto mais Erenice permanecesse no governo, mesmo na condição de moribunda, mais havia riscos de que a campanha de Dilma sofresse solavancos.

A situação se complicou de vez com a notícia publicada hoje pela Folha de S. Paulo de que uma empresa de Campinas – EDBR do Brasil Ltda -, para conseguir empréstimo de R$ 9 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), teria de pagar R$ 240 mil mais R$ 450 milhões (5% sobre o valor do empréstimo) à Capital Assessoria, de Israel Guerra. De acordo com a empresa, haveria suposto repasse de R$ 5 milhões para ajudar na campanha de Dilma. No fim de semana, a revista Veja já revelara que Israel recebera propina de R$ 120 mil para viabilizar contrato de uma empresa de transporte aéreo com os Correios.

Erenice não resistiu. Redigiu uma carta – devidamente revisada pelo ministro da Comunicação Social, Franklin Martins – de demissão e a entregou a Lula no início da tarde. Na carta, se diz vítima de “sórdida campanha de desconstituição” da sua imagem e da sua família, e de “paixões eleitorais” que levaram a “um vale-tudo”.

Erenice assumiu o cargo em 31 de março. Antes, era secretária-executiva da Casa Civil, braço direito da ex-ministra Dilma. O processo na Comissão de Ética do governo será mantido. A Casa Civil será ocupada interinamente por Carlos Eduardo Esteves Lima, funcionário de carreira do Senado.

Fonte: Jornal Tribuna do Norte

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