Da Folha:
Ato de intelectuais de esquerda em defesa do PT lota teatro da PUC-SP.
Movimentos e representantes da esquerda realizaram na noite desta quarta (16) no teatro Tuca, em São Paulo, ato de desagravo ao ex-presidente Lula, ao PT e à presidente Dilma Rousseff. Um dos principais alvos dos discursos foi a mídia, qualificada como “golpista” e “sem vergonha”.
A atual recessão econômica, segundo vários expositores, seria resultado mais da situação internacional do que dos erros do governo, e Lula e o PT estariam sendo atacados por terem realizado um “amplo processo de inclusão social” no país.
Com capacidade de 300 lugares, o Tuca ficou completamente lotado, assim como a área em frente ao teatro, onde centenas de pessoas acompanharam os discursos por um telão.
O “Ato pela Legalidade Democrática” foi patrocinado pelo Centro Acadêmico 22 de Agosto, da PUC-SP, em parceria com o Fórum 21.
Um dos convidados a falar, o escritor Fernando Morais defendeu a nomeação de Lula na Casa Civil e afirmou que o ex-presidente sofre uma “perseguição”. “Não adianta, o Lula pode se pintar de ouro que a mídia sem vergonha vai persegui-lo pelo resto da vida.”
O jurista Celso Bandeira de Mello foi na mesma linha e disse que “o maior inimigo do povo brasileiro hoje é a imprensa golpista”.
“Tudo o que sabemos vem dos meios de comunicação, e eles estão preparando um golpe com muita eficiência.” Mello disse que a Folha não merece “ser lida”, que faz papel de “boazinha” mas “nos intoxica diariamente”.
O jurista fez duras críticas às delações premiadas na Lava Jato e afirmou que, no Brasil, “dedo duro é traidor”. “No Brasil a gente aprende (isso) desde pequeno.”
A filósofa Marilena Chaui disse que “existe hoje um caldo de cultura nas ruas perigoso, onde se forjam ditaduras e tiranias”. Ela comparou as manifestações contra o PT no domingo passado a “uma massa conservadora e reacionária, sem nenhum plano, nada”.
Entre os convidados, um dos únicos a falar das suspeitas de corrupção que envolvem Lula e o PT foi o líder do MTST, Guilherme Boulos, colunista da Folha. “Ninguém pode ser contra investigações para combater a corrupção”, disse. Mas ele condenou o que chamou de “escalada perigosa de judicialização da política brasileira”.
Fonte: Thaisa Galvão
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