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Uma das primeiras lideranças femininas da política do Rio Grande do Norte, Joanita Arruda Câmara, ganhou uma versão da sua biografia em literatura de cordel. Escrita pelo cordelista Marciano Medeiros, o livreto foi lançado na ultima sexta-feira (03), às 20h, na Casa de Cultura do município de Nova Cruz, a 93km de Natal, cidade onde Joanita foi prefeita. A obra marca os 20 anos da sua morte, ocorrida em 29 de abril de 1993, aos 80 anos.
Fotos: Facebook Marciano Medeiros
A escolha do cordelista, pela história da ex-prefeita se deu pelo seu pioneirismo, já que Joanita foi eleita prefeita de Nova Cruz na década de 50, quando a maior parte das mulheres, principalmente no interior do estado, ainda se dedicava às atividades domésticas.
Segundo o cordelista Marciano Medeiros, Joanita se integra ao grupo de mulheres que marcaram a política do Rio Grande do Norte, como Luiza Alzira Soriano Teixeira, que assumiu a prefeitura de Lajes em 1928, tornando-se a primeira prefeita eleita no Brasil, ainda de forma indireta.
“Conheci Joanita quando menino, mas hoje é que percebi o quanto ela era à frente de seu tempo”, afirmou. A pesquisa sobre a história de Joanita foi feita através de textos do jornalista João Batista Machado e depoimentos de parentes e amigos da personagem, que renderam 2 mil exemplares de oito páginas, com fatos rimados por ordem cronológica.
Marciano é cordelista profissional e já publicou pelo menos 20 folhetos. Dentre eles, a história de Diógenes da Cunha Lima, que também é natural de Nova Cruz, e do cangaceiro Candido Luiz, que brigou com um coronel em Serra de São Bento, fato presenciado por seu avô, que narrou a história para o neto e este fez dela sua primeira publicação.
Filha de Maria Torres e Totô Jacinto, Joanita Torres Arruda Câmara nasceu em Araruna, na Paraíba, em 26 de julho de 1912. Ainda criança, mudou-se para Nova Cruz, no Rio Grande do Norte, onde morou a maior parte de sua vida. Chegou também a frequentar a Escola Doméstica, em Natal, mas aos 13 anos retornou a Nova Cruz, onde trabalhou com o pai fazendeiro.
Em 1935, casou-se com Lauro Arruda Câmara, que já havia sido prefeito e deputado, e juntos tiveram oito filhos e pelo menos 16 netos. Sempre trabalhando fora de casa, no comércio da família, foi eleita no final da década de 50 prefeita de Nova Cruz pelo PSD, partido onde permaneceu até sua extinção. Já em 1960, participou da coligação que elegeu o governador Aluízio Alves.
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