O Governo
do Estado do Rio Grande do Norte anunciou ontem que enviará para a Assembleia
Legislativa Projeto de Lei com proposta de aumento de 12% aos médicos
servidores estaduais, tão logo se inicie o ano legislativo. A medida acontece
após rejeição da proposta apresentado pelo governo por parte do Sindicato
dos Médicos do RN (SindMed) e acompanha informação sobre o encerramento da mesa
de negociações. O governo informa ainda que hoje será editada pela Secretaria
de Saúde um ato normativo (portaria) determinando o corte do ponto dos
profissionais grevistas.
Alberto Leandro
Alberto Leandro
Geraldo lembra que Governo está assinando decreto da falência
As medidas são justificadas "diante da
impossibilidade de chegar a um entendimento com o SindMed e tendo em
consideração os interesses do usuário do sistema público de saúde e dos
profissionais médicos comprometidos com o trabalho de servir à população",
destaca informe. E completa: "O projeto de lei que será enviado à
Assembleia Legislativa traz uma solução compatível com a realidade financeira
do Estado, neste momento. Paralelamente, o Governo vem tomando medidas
destinadas a melhorar a gestão pública da saúde, dentre as quais se incluem a
exigência de cumprimento das escalas médicas e a adoção do ponto eletrônico"
Para o presidente do SindMed, Geraldo Ferreira, essa atitude é o "decreto de falência" do estado. "O médico do RN ganha metade do piso pago em outros estados do país. Acho que isso é premeditado, para quando realizar concurso não ter médicos e assim dar conta de seu projeto de terceirização da saúde", afirma. Uma teoria arriscada, avalia.
Geraldo Ferreira classifica como autoritarismo e terrorismo o encerramento da mesa de negociações e a forma como as reivindicações da categoria vêm sendo tratadas. "Eles colocam como se a gente estivesse brigando por 13% quando na verdade queremos condições de trabalho, dignidade no atendimento a população", destaca. Sobre o corte do ponto, é direto. "Se a greve não for decretada ilegal, é impossível que isso aconteça. Mas vamos buscar nosso setor jurídico".
De acordo com a proposta ficada, o reajuste será implantado em duas parcelas. Com a aprovação da lei a ser encaminhada à Assembleia, no mês de fevereiro de 2013, a remuneração dos médicos terá reajuste de 6%. E, em fevereiro de 2014, serão concedidos os outros 6%, sobre os valores atualmente vigentes (sem cumulação). Os médicos do quadro da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) estão em greve há oito meses exigindo uma série de reivindicações
Segundo informações do Governo do Estado, na última rodada de negociação - ocorrida em dezembro - foi reiterada a intenção da administração pública em atender o pleito proposto pela categoria, cujo ponto central apresentado pelo presidente do SindMed foi um reajuste de 13,5%. Em resposta, foi apresentada contraproposta de 12% de aumento, dividido em duas parcelas.
O governo do estado faz apelo para que os médicos grevistas voltem ao trabalho regular e destaca ainda que, além do percentual de aumento que está sendo concedido, vem dando "especial atenção ao enfrentamento de antigos e graves problemas da rede estadual de saúde. Por meio de um Plano de Enfrentamento para a Rede de Urgência e Emergência, aprovado e apoiado pelo Ministério da Saúde, a rede estadual de saúde está sendo reestruturada".
Fonte: Tribuna do Norte
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