O Jornal Estado de São Paulo trouxe uma matéria sobre a situação atual de cada uma das 12 cidades sedes da Copa do Mundo de 2014.
A matéria é uma espécie de radiografia. Acompanhe:
São Paulo (SP)
A obra da arena em Itaquera, problema capaz de colocar tudo a perder para São Paulo, finalmente começou, mas pouco representa até agora. Além de ainda estar na fase de terraplenagem, as garantias financeiras necessárias para assegurar a construção do estádio e, por extensão, a abertura da Copa de 2014, ainda não foram dadas. Depende da aprovação pela Câmara Municipal do pacote de isenção que viabilizará a construção e também do acordo entre Corinthians e a construtora Odebrecht. Em relação às obras de mobilidade urbana, já há ações que visam à melhoria da linha do metrô e das de trens que servem à região. Mas outras intervenções viárias no entorno ainda estão por começar, algumas na fase de projetos e outras com convênios já assinados. No Aeroporto de Cumbica, a reforma da pista tem seu início previsto para 7 de agosto. Também estão nos planos a construção de novo terminal, o terceiro, e a adequação das salas de embarque e de desembarque existentes. Viracopos, em Campinas, também vai passar por ampliação. São Paulo conta com eficiente rede hoteleira, segundo empresários do setor, já suficiente para receber a demanda decorrente do Mundial. Mesmo assim, há projetos de novos empreendimentos, pela iniciativa privada, alguns deles em vias que ligam o futuro estádio de Itaquera ao Aeroporto de Cumbica. / ALMIR LEITE
Brasília (DF)
O Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Brasília, a principal obra de mobilidade urbana para a Copa, não saiu do papel. A Justiça anulou a licitação que havia sido feita em 2009, o governo atual decidiu não contestar, mas até agora o VLT é um projeto na fase de preparação para a futura nova licitação. O VLT ligará o aeroporto ao Estádio Nacional Mané Garrincha. O Aeroporto JK ganhou um Módulo Operacional Provisório (MOP), mas a grande obra de ampliação para a Copa – do terminal de passageiros e mais fingers – dependerá da concessão à iniciativa privada, o que só deve acontecer no início do segundo semestre do ano que vem. Assim como o VLT e o aeroporto, o parque hoteleiro da capital está com o projeto de ampliação indefinido. Brasília tem 13 mil Unidades Habitacionais de Hotelaria, que somam 26 mil leitos. E tem mais 10 mil leitos em construção, dentro do processo de crescimento médio anual. O governo está convidando as construtoras para participarem da licitação de uma nova área hoteleira, mas a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (Abih) teme que a ampliação para a Copa signifique, depois, ociosidade e prejuízo. A vitrine do governo é o Estádio Mané Garrincha. Segundo o comitê local, 30% da obra estão prontos. O Ministério do Esporte admite que a obra de Brasília “é a mais adiantada”. / RUI NOGUEIRA
Salvador (BA)
O cronograma de construção da Arena Fonte Nova, com inauguração prevista para dezembro de 2012, está em dia. Mas o Tribunal de Contas do Estado promete barrar novos repasses provenientes do BNDES, caso não seja formalmente apresentado o projeto executivo completo da construção por parte do consórcio responsável. Governo e empresas argumentam que a exigência não é legal, porque não se trata de uma obra pública, mas de uma Parceria Público-Privada. Já o Aeroporto Internacional de Salvador tem projeto definido, obra estimada para começar no início de 2012 e término nos primeiros meses de 2013. O sinal amarelo fica para a mobilidade urbana. As autoridades ainda não chegaram a um consenso sobre o modelo de transporte coletivo a ser adotado para o principal corredor, interligando o aeroporto, o litoral norte e o centro de Salvador. Ainda é aguardada uma definição para a próxima semana. Em contrapartida, o sistema hoteleiro não preocupa. Salvador e as cidades turísticas do entorno reúnem, hoje, 50 mil leitos. / TIAGO DÉCIMO
Recife (PE)
No aspecto da mobilidade urbana, a realidade na região metropolitana do Recife beira o caos. O engarrafamento faz parte da rotina dos moradores. Em parceria com o governo federal, o governo de Pernambuco finaliza projeto com várias intervenções viárias. O lançamento do edital de licitação deve ocorrer em julho e a previsão de conclusão, apenas em 2014. A cidade também corre atrás da ampliação da rede hoteleira. A meta é alcançar a oferta de 41 mil leitos. Para tanto, 18 novos hotéis devem ser erguidos. Em contrapartida, a Arena Recife já tem 100% do serviço de terraplenagem concluído. De acordo com a Odebrecht, construtora responsável pela obra, o cronograma está em dia. Já o Aeroporto Internacional dos Guararapes requer algumas intervenções de ampliação e melhoria, como uma nova torre de controle, considerada indispensável para a movimentação da Copa. A Infraero promete o edital de licitação para setembro, início das obras até abril de 2012 e conclusão em dezembro de 2013. / ANGELA LACERDA
Porto Alegre (RS)
Em Porto Alegre, a obra prevista na matriz de responsabilidade é a de ampliação do pátio de manobras e do Terminal 1 de Passageiros do Aeroporto Salgado Filho, com custo estimado em R$ 345 milhões. A obra só deve começar em 2012 e ficar pronta em 18 meses. Já o Estádio Beira-Rio, do Inter, passará por remodelação das arquibancadas inferiores e instalações para imprensa, construção de camarotes e cobertura. O clube já fez o equivalente a 15% do cronograma e mantém a data de conclusão para dezembro de 2012. Na questão de mobilidade urbana, estão previstas obras no valor de R$ 460 milhões. As licitações serão lançadas entre setembro e dezembro deste ano e a conclusão das obras entre junho e dezembro de 2013. A rede hoteleira, segundo os responsáveis, tem capacidade para dar conta da demanda. Na capital, há 90 hotéis, totalizando 13,7 mil leitos. E há mais 6 hotéis em construção, com previsão de conclusão para o final de 2011, e 14 projetados. / ELDER OGLIARI
Natal (RN)
Em um improvável ranking de cidades que mais preocupam os organizadores da Copa, Natal despontaria como forte concorrente a líder. Para começar, havia do Governo Estadual a garantia de um novo aeroporto operado por concessão. A licitação não saiu e a obra está quase descartada. As atenções se voltam para a ampliação de um terminal já bastante inchado em Parnamirim (Grande Natal). Como se não bastasse, a Arena das Dunas também está parada. Projeto e licitação demoraram e, assim, as obras não começaram. Para a infraestrutura urbana, o governo realizou licitação para dois túneis numa das principais ligações da cidade, mas não apareceram concorrentes e um novo processo licitatório será feito. O ponto positivo é a estrutura hoteleira, com 26 mil leitos. / ANNA RUTH DANTAS
Rio de Janeiro (RJ)
Em outubro, os operários que trabalham na reforma do Maracanã para a Copa do Mundo de 2014 vão começar a instalar os degraus da arquibancada inferior. Já estão praticamente concluídas as demolições do vestiário, salas de rádio e camarotes do estádio, que completou 61 anos de fundação no último dia 16. Recentemente, o governo do Rio anunciou que conseguiu reduzir em 2,6% o valor das obras de adequação. O orçamento passou de R$ 956 milhões para R$ 931 milhões. Mesmo assim, é um dos estádios mais caros do mundo. A destruição da antiga cobertura, que encareceu ainda mais a obra, já começou. Em relação ao Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim, mais conhecido como Galeão, a situação não é crítica. De acordo com o Ipea, a reforma no Galeão já está sendo feita e é uma das poucas que deverão ficar prontas para a Copa. Sobre investimentos em mobilidade urbana, as obras da Transcarioca, corredor que ligará Campo Grande à Barra da Tijuca (bairros da zona oeste), já começaram, assim como a construção do corredor Aeroporto/Barra, a Transoeste. Já saiu do papel também a linha 4 do Metrô, que vai da zona sul até a Barra da Tijuca. Em relação à rede hoteleira, o Rio tem atualmente 27 mil leitos e promete construir mais 19 hotéis. Assim, espera não ter problemas com hospedagem. / BRUNO LOUSADA
Belo Horizonte (BH)
Das oito intervenções necessárias para melhorar o trânsito e o transporte dos torcedores, duas estão em andamento em Belo Horizonte: Boulevard Arrudas/Avenida Tereza Cristina e o Bus Rapid Transit das Avenidas Antônio Carlos e Pedro I. Ao todo estão previstos investimentos da ordem de R$ 1,023 bilhão. Já em relação ao Aeroporto Internacional Tancredo Neves, em Confins, a Infraero conseguiu na Justiça manter o edital de licitação das obras de reforma e ampliação do Terminal 1, do pátio e da pista, estimadas em R$ 408 milhões. Com os atrasos, porém, elas não estarão concluídas até a Copa das Confederações. Na parte de hotelaria, a cidade conta com 22 hotéis em construção, que devem oferecer 9.716 novos leitos. Em fase de licenciamento, há outros 21 novos empreendimentos, que proporcionarão mais 7.147 leitos. Já o Mineirão mantém o prazo de término da obra para dezembro de 2012. A terceira etapa está em execução por Parceria Público-Privada, ao custo de R$ 654 milhões. O governo diz que 12% da obra já foi realizada. / EDUARDO KATTAH
Curitiba (PR)
Em Curitiba, os principais pedidos de autoridades e representantes eram a terceira pista e o ILS (sistema de pouso por instrumentos) categoria 3. Ambos estão descartados para a Copa. Das obras, duas estão efetivamente sendo feitas e as outras ainda em projeto. Mas, segundo a Infraero, dentro dos prazos. Na questão de mobilidade urbana, as obras previstas estão apenas no papel e os prazos estabelecidos para início foram revistos. No entanto, os organizadores garantem que os prazos finais serão respeitados. Já as indefinições sobre a conclusão e adaptação da Arena da Baixada, palco dos jogos, preocupam os responsáveis. Inicialmente, tinha-se como certo que em abril os projetos estariam prontos. Contudo, o encarecimento da obra em virtude de novas exigências – de R$ 135 milhões para cerca de R$ 220 milhões – provocou atraso. Os organizadores apostam em parceria público-privada. Na questão de hotelaria, a cidade possui hoje 19,2 mil leitos. Com os novos empreendimentos que devem ficar prontos até a Copa, a previsão é de que se chegue a 22 mil leitos. / EVANDRO FADEL
Cuiabá (MT)
Depois de muitos problemas – calote de empresas vencedoras de licitação -, as obras de preparação para a ampliação do Aeroporto Marechal Rondon (Várzea Grande) começam a sair do papel. O valor do investimento será de R$ 2,250 milhões. O projeto deverá ser concluído e apresentado até setembro de 2011. Em seguida, a Infraero faz licitação para a execução. A expectativa é de que as novas instalações sejam entregues até julho de 2013. Ao todo, serão investidos R$ 87,5 milhões. Já em relação a estádio, das obras previstas para 2014, a Arena Pantanal é a que está mais adiantada, com 23% do planejamento já executados. Cuiabá, porém, segue com sérios problemas de mobilidade, ainda sem definição do sistema de transporte a ser adotado. Os recursos, R$ 357 milhões, serão destinados a 18 intervenções de travessias urbanas em Cuiabá e Várzea Grande. Já sobre hospedagem, a cidade conta com atualmente com 6.710 leitos. Com a chegada de novas redes e ampliação de hotéis já existentes, a expectativa é de que a oferta cresça cerca de 60%. / FÁTIMA LESSA
Fortaleza (CE)
A previsão é de que o edital para reforma e ampliação do Aeroporto Internacional Pinto Martins seja lançado em breve. Também ainda não começaram as obras de construção do terminal de passageiros no Porto do Mucuripe, mas, em compensação, os trabalhos de reforma e ampliação do Estádio Castelão estão em andamento, com a primeira etapa do estacionamento coberto e o edifício-sede da Secretaria de Esportes do Estado em curso. A parte da velha arquibancada já foi demolida. Na questão de mobilidade, o processo de indenização dos moradores que serão desalojados para obras de alargamento da Avenida Alberto Craveiro e da Via Expressa anda a passos lentos. O valor ofertado pelo Poder Público não tem agradado. Já sobre hospedagem, o governo estadual, em parceria com o federal, está promovendo cursos de treinamento, mas ainda é preciso aumentar a quantidade de leitos na cidade. / CARMEN POMPEU
Manaus (AM)
A Infraero abriu processo de licitação para a ampliação do aeroporto de Manaus, com a publicação do edital em maio. A previsão de início das obras é novembro e de conclusão, em dezembro de 2013. Já a Arena Amazônia tem 17% das obras concluídas e caminha dentro das previsões. Na questão de mobilidade urbana, porém, a cidade engatinha. O projeto do governo do Estado e da prefeitura prevê Monotrilho e Bus Rapid Transit (BRT), com corredor exclusivo para ônibus. O governo anunciou para os próximos dias o lançamento. Não há, portanto, nada em andamento. Sobre hospedagem, hoje são 80 hotéis na cidade, com 10.764 leitos. Nos arredores, mais 57 hotéis, com 6.251 leitos. Novos empreendimentos devem ampliar a oferta. / LIEGE ALBUQUERQUE
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