Um momento de agradecer a Deus pela vida e aos muitos amigos encontrados ao longo dela. É desta forma que o arcebispo Dom Matias de Patrício de Macedo definiu a passagem dos 75 anos, completados ontem, dia 14. Longe de tom de despedida, a missa em celebração ao aniversário do pastor do rebanho católico no Rio Grande do Norte, foi uma demonstração de reconhecimento pelo trabalho realizado ao longo dos quase 50 anos de vida religiosa.
Foto: Aldair dantas
Centenas de fiéis acompanharam a missa pelo aniversário de 75 anos do arcebispo de Natal, Dom Matias Patrício, concelebrada por onze bispos do Nordeste.
Uma multidão de fiéis lotou a Catedral Metropolitana, na noite de ontem, para homenagear o religioso. A missa foi concelebrada por onze bispos do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas, que compõem o Regional Nordeste II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Participaram ainda a prefeita Micarla de Sousa, o deputado José Dias, e o secretário José Eduardo Carneiro, representando a governadora, além de padres, religiosas.
“Sou um sertanejo. Um homem, no meio dos homens, para servi-los nas coisas de Deus. Sou o que sou pela Graça. De presente, o arcebispo se contenta com “a consciência tranquila de ter podido fazer o que foi possível fazer, com a graça de Deus”. O resultado desses sete anos à frente da Igreja no Estado ele resume: “Deixo para que os outros julguem”, ressaltou Dom Matias.
O saldo entre fiéis e religiosos é considerado positivo. Durante a homília, o presidente da regional II da CNBB, Dom Antonio Muniz, arcebispo de Alagoas, destacou o legado de proximidade com o povo e o clero, por meio de ações missionárias, priorizadas por Dom Matias. “É o homem cujo traço mais forte é a bondade e a amizade”, disse. Em nome de todo o clero, o vigário episcopal para o clero Edilson Nobre ressaltou qualidades do ser padre mesmo enquanto bispo.
Ao completar 75 anos, arcebispo deve pedir renúncia ao Papa
O aniversário marca também o pedido de renúncia do arcebispo de Natal, à frente da arquidiocese, desde 2004. Segundo o Código de direito canônico da Igreja Católica, aos 75 anos os religiosos devem apresentar à autoridade imediata, documento colocando à disposição os cargos que ocupam. A decisão de eleger ou não, entretanto, um novo arcebispo caberá a sumidade religiosa, o papa Bento XVI.
Seguindo uma tradição ao longo dos tempos, no Rio Grande do Norte todos os arcebispos são potiguares. Apesar das muitas especulações, Dom Jaime Vieira Rocha preferiu não comentar a possibilidade de ocupar a cátedra de arcebispo de Natal. O religioso ressalta que a obrigatoriedade é a partir dos 75 anos e que o processo ocorrerá com tranquilidade, obedecendo os trâmites e sigilo.
Sobre como se sentiria caso fosse o escolhido para retornar a Natal como principal pastor no Estado, Dom Jaime foi simples na resposta.“Gostaria muito de aos 75 anos, retornar ao meu Estado, como bispo hemérito de Campina Grande. Não seria evangélico me por como pretenso candidato”, rebateu.
A carta de renúncia ainda não foi escrita pelo arcebispo. E caso aceita pelo papa terá mais de 300 bispos como concorrente à vaga. “pé uma escolha livre do papa e regida por Deus. Pode ser que Dom Matias saia ou pode ser que fique mais dez anos. Tudo corre em segredo”, acrescentou Dom Antonio Muniz.
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